sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Uma massagem e duas liberdades... (a)

Depois de muitos cancelamentos, ela finalmente consegue marcar sua massagem. Quinta-feira, de manhã, cedo, bem cedo. Tudo bem, né?! Os eventos só acontecem de acordo com a agenda atribulada de uma BW. Chega e cumprimenta a recepcionista, ambas sonolentas. Ao descobrir que a massagista era, na verdade, o massagista, ela fica envergonhada. Entra na sala, cumprimenta o massagista e sorri "a La Gioconda". O profissional retira-se e ela inicia o procedimento habitual. Já enrolada na toalha e deitada de bruços na cama, ele retorna e solicita que ela simplesmente relaxe. "Ok!", responde. Porém, a única coisa que ela não conseguia era relaxa, pois o que o marido pensaria sobre esta massagem, nenhum outro homem a havia visto nua, ao som de águas e cheiro de inceso, aos poucos ela tentou se entregar, relaxar. Tentou. Ele deu início a massagem, esfregou o óleo nas mãos e, assim, esquentou tanto o óleo como as mãos para minimizar aquela manhã gelada no corpo trêmulo dela. Cada apertão sentido, um gemido contido. Os ombros fechados, as pernas doídas e os pés exauridos sentiam aquela mão máscula, forte, precisa e generosa para com o corpo de uma mulher controladora. Depois de muitos gemidos sufocados, o massagista parou e disse: "Eu preciso do seu corpo relaxado, eu preciso que você entre na minha energia e eu na sua. O som que sair do seu corpo deixe-o sair in natura. Não se preocupe. Sinta as sensações do toque." A palavra-chave pra ela foi som in natura. Ela assimilou e deixou o som ir, vir, sair, chegar, entrar, whatever! E, naturalmente, ela foi se sentindo mais a vontade, esqueceu da sua nudez perante aquele estranho. Depois da vergonha vencida por muitos gemidos libertados, sem preconceitos, começou a pensar no tesão. "E, se eu ficar com tesão por este cara... e me atirar nele? Ou me abrir para ele?" Sozinha e sem se expressar sorriu contida. Os ombros já mais abertos, as pernas mais descansadas e os pés mais relaxados, a massagem foi acontecendo tudo dentro do previsto, como as anteriores. O frio e suas tremedeiras cessaram. Até que a novidade teve início. O massagista estava começando a trabalhar os pontos, as energias trântricas dela. Novamente ela pensou: "E, se eu ficar excitada? O que fazer? E, se ele ficar excitado? Oh, my God!!" Ela ficou duplamente preocupada. Preocupada com o tesão dela e com o tesão dele. Mas, ao mesmo tempo ela sabia que nada aconteceria naquele ambiente profissional, aquela hora da manhã, enfim... e com ela mesma, pois sabia até onde poderia ir. Sem perceber, ela perguntou: "As suas ..., suas pacientes ficam excitadas com essa massagem?" "Às vezes, algumas sim, outras não. Tudo depende da energia trocada.", respondeu prontamente. "Merda!!", ela pensa. Pensa e pensa em tudo. Pensa que se estivesse bem emocionalmente, não teria vindo; pensa que se estivesse bem sexualmente com o marido, também não teria vindo; pensa que se fosse menos controladora, não teria vindo. Ou não. Na verdade, queria colocar um monte de desculpas para um vontade castrada há muitos anos. Um vontade de se conhecer e re-conhecer o seu próprio sexo, de se reconectar também. A sensação de abafamento foi aos poucos sendo substituída por uma liberdade sem explicação. Ela fora tocada generosamente, estava muito grata e ainda carente, pediu um pouco de proteção ainda de bruços. O massagista a abraçou humanamente, e talvez, com um pouco de lascívia nos olhos também, por que não?! Agradeceu, sorriu e saiu. Saiu sentindo-se livre e leve. Seu corpo estava diferente. O corpo era pura consciência e fluidez. Ao longo do dia, os movimentos, os gestos aconteceram de forma precisa e leve, "a La poesia de Manoel de Barros". Sentiu-se livre, livre, livre e excitada. Passou o dia excitada, molhada em meio a pensamentos carnais e, em como a energia saiu quente do seu cóccix e explodiu na altura da nuca ao término da massagem. Aquilo foi inesperado para ela. Ao chegar em casa, não se conteve e ainda sozinha, tocou-se de forma generosa, carinhosa e com lascívia viva nas mãos. Masturbou-se como nunca havia se masturbado e teve um gozo livre, leve e farto. Satisfeita, sorriu para sim mesma e sentiu-se menos gorda e um pouco mais feminina, sensual e com todos os lábios com o doce gosto de chocolate Bis.

terça-feira, 30 de março de 2010

Alho?

Alho ou caralho? I take both, if you don't mind...

sábado, 27 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Um ventre em movimento

Ao acordar, ela se lembra de que o dia não será apenas mais um simples dia. Antes de se arrastar pela casa, ainda na cama põe suas mãos docilmente ressecadas no fértil ventre e pensa: "Tão fértil que já estava pronto para comungar com o sagrado fruto da perpetuação de mais uma vida miserável. Não... miserável, não! Este fruto seria divino, sagrado, imaculado, amado e livre, livre!" Ela se levanta e a única sensação de liberdade que contrista sua alma é saber que não morrerá depois de sangrar incessantemente pelos próximos quatro dias. Ela levanta e sangra. Ela senta e sangra. Ela tosse e sangra. Ela chora e sangra. Ela ri desesperadamente e sangra! Este ventre em movimentos cíclicos faz dela uma presa fácil. Porém, como uma quase-loba e com artimanhas que até o Diabo não acreditaria... Ou melhor, apreciaria. Ela escolhe o melhor jeans, o salto mais alto e o batom mais vermelho-sangue para apenas enfeitiçar os machos do campo em mais um dia de labuta.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O primeiro dia de uma vida prazerosa

Em algum lugar estava escrito... (talvez Maktub? Enfim!) que os primeiros cem dias do ano seriam decisivos na vida de uma pessoa. Os primeiros cem dias que ela determinasse para ela mesma ou os primeiros cem dias depois do reveillon? "Vai sabê!!" Ela acordou, correu como sempre. Enquanto coloca a água para ferver, escova os dentes, acorda o filho, volta; coloca o pó no coador, volta; enxagua a boca e guarda a escova de dente, volta; verifica a temperatura da água, volta; tenta acordar novamente o filho, volta; a água já está no ponto e joga vagarosamente a água no coador. O cheiro de café ocupa toda a casa, a sensação do nascer de mais um dia atarefado já a deixa exaurida. Volta e tenta pela última vez e definitivamente acordar o filho que apenas deseja nanar mais um pouquinho. Naquele instante, o pequeno coração de mãe compreendeu o choro dengoso, preguiçoso e sonolento do filho, ela se rendeu e deitou na cama com ele. Os dois acordaram às 10h30. Ela tomou seu café requentado e ele o leite fresquinho. Ele teve a primeira falta do ano na escolinha, ela mais um dia que pode ver o mundo guiado pelos olhos de uma criança. Ele sai de casa para brincar na varanda e ele diz para ela: "A lua!" Ela ri. "Mamãe, quélo pegá a lua." Ela deixa o filho pegar a lua. Na verdade, ela também queria pegar a lua. Ao sair para varanda, vê as perninhas do filho se esticando, na pontinha dos pés, as mãozinhas para o alto na direção da lua parcialmente amostra. Ela também se estica toda. O filho brilha e sorri. "Mamãe... num quélo mais pegá a lua." Entretanto, ela ainda queria.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Sertralin

Ontem, foi o primeiro dia do Sertralin no estômago dela. Sim, foi no estômago o único sintoma que ela realmente conseguiu perceber após a ingestão do tal anti-depressivo. No começo, ela pensou que poderia ficar chapada, numa onda; depois pensou que fosse ficar feliz da vida, eufórica, quase em êxtase. Mas, pensou melhor e se sentiu a pior das fêmeas. A pior mulher, a pior mãe, a pior esposa, a pior amiga, a pior filha-de-Deus e também a pior puta. O maldito do comprimido não é Miojo, ela sabia disso. Enquanto o emocional fritava em mais um dia ensolarado, o corpo se arrastava pela casa com o estômago onipotente e onipresente. Almoço e jantar não estiveram presentes. Ao longo do dia, ela esperou e esperou ansiosamente o efeito da Sertralin: diminuir a angústia, o pânico e a depressão. Puta da vida, se viu presa numa condição humilhante e miserável: a humana. Naquele instante, desejou tornar-se uma crisálida. Mas... preferiu dormir sem escovar os dentes.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Best-seller do futuro? Este blog?

Faço este blog com o intuito de tentar sanar um pouco as diversas vozes que se encontram em minha mediana mente e as muitas possibilidades de orações, falas, enunciados que um dia pensei em dizer, que um dia direi e daquelas que falei... sem pensar, mesmo! Tentarei fazer uma mistura bem gostosa... do meu passado... não tão glorioso assim, do meu presente... medíocre e do meu futuro... em branco. Tudo com uma medida bem apimentada de mentirinhas sinceras e verdades sórdidas. É isso!! Espero tornar isto tudo em um "Best-seller"... ahahahahahhahahahahahhaah